Por Nidiamara Guimarães
Ansiedade,
angústia, medo, depressão, trauma, dificuldade de aprendizagem, conflitos
familiares... O que fazer quando me vejo sem saída, acreditando, apenas, que
não suportarei esse(s) sintoma(s)? Muitas pessoas poderão dizer: “Procure um
psicólogo. Ele resolverá todos os seus problemas!”.
Arrisco-me
a discutir quem é, verdadeiramente, o psicólogo. O profissional que resolve os
problemas apresentados pelas pessoas que o procuram? Aquele sujeito que
acompanha as pessoas loucas? O indivíduo que conhece a melhor saída para os
dilemas? Aquele que aponta o melhor caminho a ser seguido por todos os clientes
que o buscam? O que sabe tudo ou, pelo menos, deveria saber? Talvez o senso
comum ainda difunda essas ideias.
Pensando,
porém, que o psicólogo também possui suas dificuldades, enfrenta dilemas, sofre
perdas, se emociona, chora etc., prefiro outras descrições. Psicólogo é aquela
pessoa que se interessa pela vida – e pelo sofrimento – dos indivíduos, que se
convalesce diante as aflições, que busca amenizar a dor e o sofrimento, que se
dispõe a caminhar junto com aquele que o procura, oferecendo-lhe sua escuta e
sensibilidade. É também, e acima de tudo, um ser humano, igual àquele que o
procura, e que aprende muito com as diversas histórias que lhe são contadas e,
principalmente, confiadas.
Em algumas
situações as pessoas se veem sem
recursos, habilidades ou competências para enfrentar as dificuldades inerentes
ao viver e, por vergonha, culpa ou desejo de resolverem seus problemas
sozinhas, deixam de procurar ajuda.
A psicoterapia é um contexto relacional que permite a
construção de novos conceitos para a vida do cliente. Cliente ou paciente?
Difícil definir uma nomenclatura para esse sujeito que busca ajuda, mas,
pensando que paciente remete à ideia daquele que aguarda a cura, sem ser
sujeito de sua própria história, opto pela descrição de cliente, já que esse
termo refere a uma troca e o contexto de psicoterapia envolve um caminhar
conjuntamente.
A partir de atitudes respeitosas para com o
cliente, do não julgamento, da valorização de suas escolhas e de sua autonomia,
o psicoterapeuta propõe que o cliente
intervenha em seu próprio mundo, construa novas possibilidades, produza
novos entendimentos das situações, olhando para sua história de vida de um modo
diferente. Busca-se um espaço onde é permitido e incentivado conhecer,
questionar, produzir, experimentar, reconstruir.
Portanto, o psicólogo é aquele
que se dispõe a estar junto com outro ser humano, acompanhando-o em algum
momento de sua vida, principalmente quando há alguma dificuldade ou sofrimento.
Ele procura ajudar o seu cliente a redescobrir os seus recursos, sua capacidade
de enfrentamento, suas potencialidades. Ele tem, sim, um estudo e preparo para
lidar com essas situações, mas, antes disso, se interessa pelo ser humano e
suas aflições. Se oferece a mergulhar na história de vida de outras pessoas,
sabendo que cada um é o especialista de sua vida. Acredita, sobretudo, em
descobertas, transformação, superação, reconstrução de novas histórias. Atua
sem julgamento, com sensibilidade, empatia e compaixão. Com Paixão!
Nidiamara Guimarães é
Psicóloga, Psicopedagoga e Mediadora de Conflitos.
Contato:
nidiamaraguimaraes@gmail.com
Tel: (34) 9122-8037