quarta-feira, 11 de maio de 2011

Processamento Auditivo Central

Processamento Auditivo




Processamento Auditivo é a série de mecanismos e processos realizados pelas vias cognitivas responsáveis pelos comportamentos de localização e lateralização sonora; discriminação auditiva; reconhecimento de padrões auditivos; aspectos temporais da audição, como resolução, mascaramento, integração e ordenação temporal; e desempenho auditivo na presença de sinais acústicos degradados ou competitivos (ASHA, 1996).

 Avaliação

 As Desordens do Processamento Auditivo (DPA) vêm sendo correlacionadas principalmente aos transtornos de aprendizagem, às alterações na aquisição, desenvolvimento e abrangência da linguagem, e ao Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), seja como base, seja como comorbidade de outra alteração.


 Etiologia

· Otites de repetição

· Falta de estimulação auditiva

· Alterações neurológicas

· Distúrbios da Comunicação

· Alterações de Aprendizagem

· Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade
 

 Alterações Clínicas


 · Dificuldade de localização sonora

· Dificuldade de compreensão

· Alterações de memória

· Trocas na fala (l, r, s e ch)

· Dificuldade em organizar pensamento

· Troca de letras na escrita

· Desatenção

· Ansiedade e estresse quando escuta

· Respostas inconsistentes para os estímulos auditivos

· Dificuldade de compreensão na presença de ruído



 Benefícios do Processamento Auditivo

·         Detectar a presença de alterações das habilidades auditivas

·         Ressaltar as melhores habilidades para aprendizagem

·         Melhorar o desempenho na aprendizagem

·         Melhor entendimento das alterações encontradas na leitura e escrita e promoção de um planejamento terapêutico mais eficiente.
Sandra Barbosa
 Fonoaudióloga

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Diminuição da Jornada de Trabalho Fonoaudiológico

Prezado(a) Fonoaudiólogo(a),


Servimo-nos do presente para informar que o PLC Nº 119/2010, que “Dispõe sobre a jornada de trabalho do Fonoaudiólogo e altera a Lei nº 6.965, de 9 de dezembro de 1981”, encontra-se na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, em decisão terminativa. Caso este projeto de lei seja aprovado, a jornada de trabalho do fonoaudiólogo passará a ser de, no máximo, 30 (trinta) horas semanais, sendo vedada a redução de salários.

Visando uma efetiva representação da categoria, este Regional solicita a manifestação dos fonoaudiólogos inscritos, através do e-mail cibele@fonosp.org.br, e envio das seguintes informações:

1. Posicionamento (favorável ou contrário à jornada de trabalho máxima de 30 horas semanais);

2. Nº de inscrição no CRFa. 2ª Região.

Prazo para manifestação: 6 de maio/2011

Acompanhe a tramitação deste projeto de lei através do site do Senado Federal (http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=97450).

segunda-feira, 18 de abril de 2011

16 de Abril- Dia da Voz


A voz humana existe desde o nosso nascimento se apresentando de diversas formas tais como choro, grito, riso e sons da fala. É um dos mais precisos meios de comunicação do indivíduo.
A voz é produzida na laringe (garganta), que é um tubo onde se encontram as pregas vocais (popularmente conhecidas como cordas vocais), da seguinte forma: as pregas vocais se afastam ao inspirarmos e o ar entra nos pulmões. Ao falarmos, elas se aproximam, o ar inspirado sai e ao passar pela laringe, produz as vibrações das pregas vocais, que resulta no som da voz.

 Profissionais da voz no geral acabam sendo o público alvo para os problemas vocais. Isso porque não existe um programa de prevenção vocal instalado nas instituições e nas escolas.



Procure.:


Beber bastante água.

Comer maçã.                           
Manter uma alimentação saudável.

Repouso vocal.


Evite:

 Gritar e falar alto.

Ingerir drogas e bebidas alcoólicas.

Evitar o uso de pastilhas e receitas caseiras.


Quando Procurar um especialista:

 Qualquer profissional que precise da voz como instrumento de trabalho.

 Voz rouca com frequência.

  Falhas na voz.

  Pigarro.

 Ardência na garganta.
 Dor, cansaço e aperto no pescoço na hora ou após falar.

Sandra Barbosa de Souza
Fonoaudióloga


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Psicoterapia Infantil ... E crianças têm problemas?

Muitas vezes, deixamos de atender aos pedidos de ajuda de nossas crianças, simplesmente por não compreender as maneiras pelas quais elas se expressam.  Como acostumamos a viver em uma sociedade verbal, nos tornamos “desatentos” às expressões não verbais. E é fato que os pequenos não são hábeis em verbalizarem o que estão sentindo. Demonstram seus pedidos de ajuda, na maioria das vezes, em forma de choro, de irritação, retraimento, medo, inquietação, carências excessivas, alteração no sono, no rendimento escolar, etc. A capacidade de traduzir em palavras o que se está sentindo é construída diariamente e, mesmo os adultos, nem todos são capazes de exercê-la com aptidão.  Conhecer a nós mesmos, assim como exteriorizar o que foi compreendido não são tarefas fáceis.

Não compreender muito bem os sentimentos de nossos filhos não significa que eles não estão sentindo nada.  As crianças têm problemas sim! Por mais estranho que isto possa nos parecer, precisamos aceitar as suas dificuldades para poder então ajudá-las. Pensamos sempre na infância de forma idealizada, em que ser criança é maravilhoso, onde não existem preocupações, responsabilidades, e a vida se resume em brincar. Seria mesmo fantástico se assim fosse. No entanto, esta não é a realidade de nossos pequenos. Assim como nós, adultos, eles se preocupam, se cobram, se frustram, se sentem tristes, carentes, abandonados e vivenciam vários conflitos enquanto vão crescendo. Alguns problemas as crianças conseguem resolver sozinhas, outros precisam da ajuda dos pais, tios, professores e há aqueles que demandam um terapeuta.
A psicoterapia infantil é realizada através do brincar. Justamente por esta falta de habilidade de se manifestar verbalmente, a criança utiliza como sua maior fonte de expressão a brincadeira. E é através dela que o processo psicoterapêutico é feito - utilizando do faz-de-conta, da arte, da música, da dança, dos jogos ,estórias,  enfim, do lúdico. O propósito maior da Psicoterapia com crianças é fazer com que elas tomem consciência de si mesmas, e se fortaleçam a fim de viver de forma sadia em sua realidade.
Sendo assim, é importante estar atentos às atitudes de nossos filhos para que possamos atender as suas demandas emocionais e contribuir para que obtenham um desenvolvimento pleno.


Damiane Finotti

Psicóloga Infantil- Especialista em Psicopedagogia

quinta-feira, 24 de março de 2011

Relacionamentos e Ideais

“Era uma vez... um príncipe e uma princesa!...E eles viveram felizes para sempre!”
Qual de nós em algum momento já não se rendeu aos encantos dos contos de fada ou até mesmo se viu naquele traje de veludo requintado, com a coroa na cabeça: o príncipe em seu cavalo branco e a princesa em seu vestido pomposo.  Talvez você seja um príncipe ou uma princesa mais despojado, pós-moderno, mas o ideal de um relacionamento onde os dois viveriam “felizes para sempre” permeia os pensamentos da maioria de nós.  Desde pequenos aprendemos a sonhar com o relacionamento perfeito.  Quando nos apaixonamos fazemos juras de amor ou é comum sonharmos com uma relação onde “tudo o que tenho é seu”, “esta é a pessoa que vai me fazer feliz”, “nosso amor vai ser capaz de superar tudo”.   De repente, com o passar do tempo, o príncipe (ou a princesa) vira sapo.

 Somos influenciados pela sociedade, cultura, família, religião a criarmos um ideal a respeito do relacionamento a dois e este ideal pode ofuscar o brilho real do belo que pode ser desfrutado, vivenciado.  Quando o ideal vai sendo substituído por uma perspectiva mais realista da relação ele gera expectativas improváveis e até impossíveis de serem atingidas.  A frustração é garantida e a alternativa mais próxima é partir para outra relação.  O problema é que se os mesmos ideais forem os norteadores deste novo tempo, este novo romance também estará fadado ao fracasso e eu me decepcionarei uma vez mais. Quando meu foco está no ideal, enxergo o sapo que o outro se tornou, mas não vejo os bruxos que precisam ser “exorcizados” em mim.  Será que consigo mudar alguém além de mim mesmo? 
Não há dúvidas de que os sonhos oxigenam a alma, nos estimulam à construção, nos enchem de esperança e expectativas e nos motivam; mas sonhar é diferente de estabelecer um padrão irreal, inatingível.  Quem almeja experimentar ao menos uma pitada do “felizes para sempre” precisa estar disposto a passar pelo dia da adversidade, da contrariedade, da decepção e pela alegria de poder exercer a compreensão, o perdão, a renúncia, e assim construir mais do que felicidade, mas alegria... a alegria de amar a você mesmo e ao seu amor.


                                                                                              Sara Vargas
                                                                                                              Terapeuta de Família e Casais

segunda-feira, 21 de março de 2011

21 de Março- Dia Internacional da Síndrome de Down

A síndrome de Down ou Trissomia do cromossomo 21 é um distúrbio genético causado pela presença de um cromossomo 21 extra, total ou parcialmente. Os indivíduos acometidos por essa síndrome podem apresentam uma série de alterações ao longo de sua vida como: alterações auditivas, visuais, intelectuais, de crescimento, aprendizagem entre outros.
De 2006 a 2008 eu estava em Bauru fazendo o meu mestrado e, quando não tinha aula, ficava disponível no setor de Fonogenética do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofacias da cidade. Eu fazia avaliação das crianças com síndromes, conheci e aprendi muito com todas as famílias que passavam por lá e todas as crianças.

 Hojé é dia mundial da Sindrome de Down e é mais um dia para refletirmos e lutarmos não somente pela inclusão social dessas crianças, mas de todas as crianças portadoras de anomalias genéticas ou não, mas que precisam de suporte do governo e de todos os profissionais e pessoas envolvidas com esses indivíduos.
A verdade é que cada dia a ciência avança e junto com ela o entendimento da genética, mas são pessoas como nós que precisam de apoio e tem direito a igualdade, porque nos surpreendem a cada instante.
Quem sabe no ano que vem possamos comemorar mais avanços e realmene uma inclusão social que valha a pena.

            Sandra Barbosa
Fonoaudióloga

quarta-feira, 16 de março de 2011

Fonoaudiologia X Aprendizado da escrita

LINGUAGEM ESCRITA

Aprender a ler e escrever pode ser um grande desafio para muitos e, durante esse processo, podem surgir dificuldades em graus variados. Um dos aspectos que deve ser chamado a atenção dos pais e educadores diz respeito à ortografia, isto é, esse domínio da escrita convencional das palavras. Para muitas crianças, por sua vez, pode ser difícil compreender como as palavras devem ser grafadas, fato que pode ser observado numa série de alterações ortográficas presentes em suas produções escritas.
Se por um lado pode-se observar que todas as crianças cometem “erros” durante a aprendizagem da escrita até dominarem o sistema ortográfico, por outro também observa-se que algumas crianças apresentam trajetórias de aprendizado diferente onde esses “erros” tornam-se mais frequentes e duradouros com uma maior diversidade e frequência, sendo necessária uma intervenção fonoaudiológica afim de que esse processo de aprendizado ocorra da maneira mais satisfatória possível. (Zorzi, 2004)*
Existem vários tipos de alterações de aprendizagem, existem indivíduos que apresentam dificuldades no aprendizado da escrita apenas, outros na leitura, há aqueles com dificuldades tanto na aprendizagem na escrita como na leitura e ainda crianças com dificuldades de aprendizado que são aquelas que além da dificuldade de aprender o português também apresentam dificuldades em raciocínio lógico, formulação e resolução de problemas.
Crianças com dificuldades de oralidade, lateralidade; por exemplo, dificuldades em saber a direita e esquerda, que troca na escrita as letras "p e b", "c e g", "m e n", "t e d", "f e v" entre outros, precisam de um suporte fonoaudiológico além do pedagógico para o efetivo aprendizado da escrita.
Essas pessoas apresentam uma dificuldade maior de aprender o português, que a escrita, ortografia propriamente dita tem regras e sistemas que são diferentes da nossa fala, por isso que na escola as crianças confunde que a casa seja escrita com “s” e não com “z” como é o seu som na nossa fala. O fonoaudiólogo então vem como um complemento da pedagogia, auxiliar nessas dificuldades que dentro da sala de aula não é suficiente para serem sanadas.

Se o seu filho apresenta alguma dessas dificuldades ou trocas na escrita procure um fonoaudiólogo e faça uma avaliação o mais breve possível.




* Texto retirado do capítulo 68 Desvios na Ortografia, escrito por Jaime Luiz Zorzi no livro Tratado de Fonoaudiologia 2004.

Fonoaudióloga responsável
Sandra Barbosa de Souza
Mestre em Fonoaudiologia pela USP/Bauru
Graduada em Fonoaudiologia pela USP/Bauru
Docente do curso de Fonoaudiologia da UNICERP Patrocínio-MG/ Supervisora do Estágio Fonoaudiologia Educacional

A sexualidade na criança de 0 a 6 anos...

Parece nos estranho pensar em sexualidade infantil, não é mesmo? Costumamos a olhar para as crianças como se fossem anjinhos, seres assexuados. Pois quando pensamos assim estamos nos equivocando. A sexualidade não começa a se manifestar apenas na adolescência. Ela surge desde o momento em que nossos pais descobrem nosso sexo, na maioria das vezes, ainda dentro do ventre materno. Ali já começam a imaginar e criar expectativas de como será a doce menina ou o valente rapaz que irá nascer. Seu quartinho, as cores das roupinhas, os programas, como jogar bola com o menino ou arrumar a menina como uma princesinha, são atitudes presentes nos imaginários dos pais e que refletem na sexualidade que será desenvolvida em seus filhos.

Descobrindo então que a criança tem sim sexualidade, precisamos conhecê-la. De fato, a sexualidade presente na infância não deve ser comparada com a de um adulto, que é pautada na relação sexual.  A sexualidade da criança contempla basicamente: imitação de comportamentos, curiosidade sobre o corpo, descobertas de sensações agradáveis.
Observando os comportamentos dos pequenos podemos observar algumas “fases” que fazem parte de seu desenvolvimento. Muitas vezes percebemos a curiosidade das crianças em relação aos beijos e namorados. Isto não significa que tenham o desejo de beijar na boca ou de fato ter um namorado. Estão representando papéis sociais, imitando um comportamento adulto.
Outras vezes, percebemos nossos filhos pequenos curiosos com os seus genitais e também com os dos colegas. Estão simplesmente descobrindo que alguns são diferentes dos outros. Conhecendo as diferenças físicas entre ser menino e menina. É um comportamento bastante comum, que se inicia em torno dos 3 anos de idade e  favorece a construção da identidade.
 A manipulação dos genitais também aparece na infância. A criança quando envolvida nesta atividade está descobrindo seu corpo e as sensações prazerosas que ele oferece. É saudável que a criança possa se tocar e se conhecer. No entanto, é preciso orientá-la que tal comportamento é aceitável apenas quando estiver sozinho, nunca em local público.
Pudemos ressaltar aqui alguns comportamentos que envolvem a sexualidade das crianças e que por muitas vezes deixam os pais bastante embaraçados. O desconforto dos adultos diante de tal tema, muitas vezes é causado por olhar as atitudes das crianças colocando o desejo sexual do adulto.  É preciso compreender a sexualidade de nossos filhos para que possamos ajudá-los a se desenvolverem de forma plena e saudável. 

Damiane Junqueira Finotti
Psicóloga – Psicoterapeuta Infantil.
Especialista em Educação Infantil e
Psicopedagogia Clínica e Institucional
Psicóloga da Casa- Espaço de Desenvolvimento Humano

A experiência de descobrir belezas nos materiais da Escola

A vida de instituições que se propõem a trabalhar com Infância sempre me instigaram e envolveram, fazendo-me vislumbrar ambientes carregados de afetos, desafios, oportunidades...
A escola precisa ser concebida como um lugar onde vivemos histórias, construímos laços, nos constituímos. Espaço de encontros e desencontros, é lá que estão nossos maiores desafios. Como diria Madalena Freire “a escola é a continuação da vida”, portanto não pode ser considerada como uma ilha, nem tão pouco, fechar seus portões para o contexto de suas crianças. Pelo contrário, seus muros devem ser “derrubados” para que haja comunicação direta com famílias e comunidade. Acredito que o desenvolvimento se dá nas relações, no movimento, nos laços que se constituem como suporte de superação.
Ao começar meu trabalho de assessoria em escolas de Educação Infantil na cidade de Uberlândia- MG, conheci realidades muito distintas, cada uma com sua identidade e autenticidade, mas todas abrigando sonhos, desejos, vontades, sentimentos que fluíam e se convergiam em um propósito comum; fazer valer a voz das crianças e colocar suas produções em lugar de evidência dentro da escola e em espaços públicos de nossa cidade.
Antes de tudo, precisávamos cuidar com muito zelo e minúcias do lugar onde iria desenrolar essa história de coragem e determinação. Uma empreitada envolvendo todos os componentes da comunidade educativa, considerados peças imprescindíveis para que o ambiente da escola pudesse ser prazeroso e convidativo, propício à construção do conhecimento. Nossa intenção é que as organizações espaciais das escolas possam aguçar os sentidos, fazendo emergir uma atmosfera única, com sentido próprio. Para tanto, começamos a apurar o nosso olhar, contemplando o espaço com olhos tipicamente infantis, buscando as múltiplas possibilidades em materiais não estruturados.
Penso que a beleza de cada objeto, mobiliário, ambiente planejado, está na história que cada um carrega, está no suor derramado no momento da estruturação.O que há de misterioso nos ares dessas escolas feitas a muitas mãos, são os vínculos afetivos que se misturam com a arte de recriar, trazer para compor o espaço um pedaço de madeira velha, garrafas, carretéis de fio elétrico, baldes, enfim, objetos que seriam dados como lixo, mas que no momento em que alguém se propõe a pensar e dar valor a eles, se transformam em verdadeiras obras de arte.
Essa magia de transformar materiais alternativos se mistura com a magia de transformar simples aulas em verdadeiros espetáculos, onde os protagonistas são crianças e professores, juntos de mãos dadas autores de suas próprias histórias. Com esta nossa proposta, nos preocupamos com o material, com a atenção aos mínimos detalhes, não somente com espaço de fora ( físico), mas também com nossa morada interna, esse lugar tão íntimo que merece ser acolhido, respeitado, seja perante os conflitos das crianças quanto dos adultos.
A experiência de descobrir beleza nos materiais da escola, nos mostrou o quão importante se faz descobrir tesouros e belezas no interior das pessoas envolvidas na trama escolar ( adultos e crianças), que começaram a ser acolhidas e ouvidas. A escola é mesmo feita de muita diferente gente, cada uma trazendo sua contribuição, seus valores para serem somados aos valores e concepções de outras. Nessa diversidade nos encontramos, pois, é na complexidade das diferenças que nos tornamos simplesmente GENTE.
O encantador nesse trabalho é observarmos a sensibilidade do olhar das crianças e o fazer de suas mãozinhas tão pequenas em todos os cantos da escola, seja nos móveis que compõem a sala de aula, em objetos inusitados que são criados para servir de suporte para suas próprias documentações. Consideramos o momento da criação uma oportunidade única para trazer à tona a subjetividade em suas múltiplas facetas.


Desde o primeiro passo, que é o de projetar o que será feito, colocando no papel seus primeiros esboços até ver seus próprios projetos tomando formas, as crianças estão imersas em um universo que compreende a possibilidade da interação, a comprovação de que suas ideias estão sendo acolhidas e colocadas em prática, a oportunidade de entrar em confronto com suas próprias limitações e avançar com elas.
Falo aqui de escolas que estimulam a experimentação, que convidam as crianças para entrarem nesse jogo lúdico entre a imaginação criadora, os elementos da natureza e outros materiais não estruturados. Nesses espaços, a voz da criança possui importante papel transformador, o educador considera cada raciocínio e media a criança em suas intenções.


Podemos contemplar espetaculares instalações pelos corredores dessas escolas, onde os projetistas e artistas são de fato as próprias crianças, os atelieristas e educadores também entram e experimentam a diversidade de materiais e criam suas obras, compondo um ambiente que envolve e encanta elo fato de ser permeado de histórias e sentimentos.
                                         



Mandala confeccionada com pedrinhas, galhos secos e sementes.


Mesa feita em carretel de fio elétrico.


Registros da mostra fotográfica realizada pelas crianças.


* Mônica Galvão Lopes – Diretora da Casa- Espaço de Desenvolvimento Humano e Diretora Pedagógica Da Escola Navegantes – Uberlândia MG