quinta-feira, 24 de março de 2011

Relacionamentos e Ideais

“Era uma vez... um príncipe e uma princesa!...E eles viveram felizes para sempre!”
Qual de nós em algum momento já não se rendeu aos encantos dos contos de fada ou até mesmo se viu naquele traje de veludo requintado, com a coroa na cabeça: o príncipe em seu cavalo branco e a princesa em seu vestido pomposo.  Talvez você seja um príncipe ou uma princesa mais despojado, pós-moderno, mas o ideal de um relacionamento onde os dois viveriam “felizes para sempre” permeia os pensamentos da maioria de nós.  Desde pequenos aprendemos a sonhar com o relacionamento perfeito.  Quando nos apaixonamos fazemos juras de amor ou é comum sonharmos com uma relação onde “tudo o que tenho é seu”, “esta é a pessoa que vai me fazer feliz”, “nosso amor vai ser capaz de superar tudo”.   De repente, com o passar do tempo, o príncipe (ou a princesa) vira sapo.

 Somos influenciados pela sociedade, cultura, família, religião a criarmos um ideal a respeito do relacionamento a dois e este ideal pode ofuscar o brilho real do belo que pode ser desfrutado, vivenciado.  Quando o ideal vai sendo substituído por uma perspectiva mais realista da relação ele gera expectativas improváveis e até impossíveis de serem atingidas.  A frustração é garantida e a alternativa mais próxima é partir para outra relação.  O problema é que se os mesmos ideais forem os norteadores deste novo tempo, este novo romance também estará fadado ao fracasso e eu me decepcionarei uma vez mais. Quando meu foco está no ideal, enxergo o sapo que o outro se tornou, mas não vejo os bruxos que precisam ser “exorcizados” em mim.  Será que consigo mudar alguém além de mim mesmo? 
Não há dúvidas de que os sonhos oxigenam a alma, nos estimulam à construção, nos enchem de esperança e expectativas e nos motivam; mas sonhar é diferente de estabelecer um padrão irreal, inatingível.  Quem almeja experimentar ao menos uma pitada do “felizes para sempre” precisa estar disposto a passar pelo dia da adversidade, da contrariedade, da decepção e pela alegria de poder exercer a compreensão, o perdão, a renúncia, e assim construir mais do que felicidade, mas alegria... a alegria de amar a você mesmo e ao seu amor.


                                                                                              Sara Vargas
                                                                                                              Terapeuta de Família e Casais

Um comentário:

  1. Adorei a abordagem do tema, tentamos acompanhar os beneficios da modernidade mas esquecemos ou ocultamos nosso desenvolvimento pessoal.

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